quinta-feira, 11 de março de 2010

Até à ultima campanha

Atravesso o jardim de pedra que tão bem conheço, que me conhece como dele…o jardim onde uma árvore que plantei continua a crescer.

Olho a parede vejo uma sombra olho em volta e não vejo ninguém, olho de novo em frente e paro contemplando a minha sombra abaixo dos meus pés uma ponte onde corre um rio. Fecho os olhos respiro fundo o cheiro das arvores do jardim solitário e lembro que acordei a pensar na alegoria das cavernas de Platão.

Respiro mais fundo ainda e penso nos dias que já consumi dos 7 em que estou…Sinto meus músculos contrair minha respiração disparar…a cada dia muitas guerras todas tomadas por princípios todas topadas por um valor de excelência colectivo, todas terminadas em vitoria…respiro fundo abro os olhos e vejo em volta. Mais um dia quase riscado do calendário dos meus dias, mais um verso da minha quadra fechado em rima.

E lembro-me que estou só aqui, sinto me e sinto me só na luta respiro fundo sinto o aroma do riacho sobre a terra molhada e a erva. E lembro do pensamento que sempre tive ao entrar no ring e que trouxe para a vida e que ainda hoje escrevi “falhar é um estado de espírito…eu não vou falhar!”

Baixo a cabeça abano-a riu e penso que realmente foi e foi um dia de merda, mais um dia riscado do meu calendário e ficou para a minha história como um dia de merda…Mas…mesmo sendo o dia que foi nunca o esquecerei e dele há algo que o fez veler mais que qualquer dia meu olhar foi cruzado pelo mais belo raio de sol que Deus já doou ao astro rei e essa simplicidade da beleza de mulher faz com que este dia valha por mil e seja bom…

Quanto ao resto começo a andar para casa tenho fome, quero jantar e não são horas para estar a respirar a natureza num jardim deserto perdido num getto de Lisboa. E fica a velha frase
Ao mundo chegaste sozinho pelo mundo andaras sozinho, tuas guerras sentiras sozinho e no final do dia abraçaraste a ti mesmo sozinho pois o único abraço que te podia tratar não é teu…Mas no final da vida, terás lutado por todas as lutas que acreditaste e nunca te poderão dizer que és um homem sem colhões porque um homem tem os e se nasceu com eles tem de os honrar sendo coerente e exigente consigo mesmo e respeitando-se e exigindo que os outros.

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