sábado, 19 de junho de 2010

Foi à 1 ano

Hoje mesmo sem querer mesmo que ao de leve revivo cada momento cada passo da luta que travaste a queda a ascensão. As certezas da tua força e a doçura que espalhavas por todos os que te tratavam… Poucas mulheres tinham o dom que tinhas de ser adorada por todos, até os desconhecidos frios e habituados te choraram.

Relembro as palavras que começavas a dizer de novo depois de teres perdido a voz a impaciência para ficar deitada e o querer regressar a casa mesmo quando todo o quadro não deixava.

O sorriso com que me recebias a mim o filho que nunca tiveste mas criaste…as asneiras e partidas que mesmo doente não deixavas de fazer porque achavas que a vida também é para brincar…O trago da agua que espantou a todos enfermeiros inclusive quando após uma recuperação de uma paragem cardíaca pedes que te soltem e pedes a garrafa de agua e das um gole como se minutos antes tivesses apenas subido uma escada…Quando na realidade minutos antes tinhas vencido a morte.

Lembro o telefonema que interrompeu a noite enquanto preparávamos o teu regresso, lembro as palavras que me diziam que tinhas passado o difícil e que ninguém estava a espera agora.

Gostava de te ter aqui doce “mãe” boa a correr de um lado para o outro a dar na cabeça a minha mãe, a perdoar e mimar a minha irmã mesmo quando ela era injusta…A perguntar e com muita atenção e a fazeres a magia que fazias a cada dia nas horas partilhadas com todos os que gostavas.

O equilíbrio que trazíamos a família que sempre conservamos a grande família que construíste sem ti abanou doem me por vezes as costas pois ficou em mim quase uma marca de bastião. Mas lé cada vez me convenço mais que muitos deles não nos merecem nem metade do esforço que sempre tivemos de os manter justos e amigos.

Gostava de te contar que percebi finalmente encontrei a peça que nem sabia que existia, que aquela inquietude aquela chama de adrenalina em mim acalmou…Gostava de te mostrar como são lindos os olhos de quem amo e doce o seu jeito acho que se entenderiam. As vezes ainda dou por mim a procurar por tí e ao acordar e ir ao quarto hoje diferente para ver se ainda dormes ou queres vir tomar o pequeno almoço.

Treino menos hoje, hoje não terias metade das preocupações de que um dia a minha cabeça estoirasse num anorisma ou a tensão da vista me fizesse cair no tapete, tinhas razão um dia a minha inquietação faria sentido e a calma chegaria.

A boca sabe-me a sal os olhos tão molhados, homem não chora como dizias mas como sempre respondia homem que não chora não sabe amar e esta talvez nunca imaginasses mas hoje sei o significado dessa palavra não sei se serei bom a faze-lo ou se terei essa chance mas é um sentimento maravilhoso.

Fazes falta a todos mas em especial fazes falta a vida onde tanto ensinaste o mundo ficou mais pobre disso não tenho duvidas e as ruas e espaços e gente por onde passaste todas elas ainda hoje estão marcadas pela tua força pela tua doçura pela tua unicidade.

Faz hoje um ano em que fiquei mais pobre em que o mundo como o conhecemos mudou, sinto saudade mas sinto muito orgulho e a cada dia tento honrar a sorte do caminho partilhado. E pronto assim se passara o dia mais calado mais só mais contido com aquela postura de que ta tudo bem mas que procura colo mas a ninguém deixa dar. Uma vénia doce mãe, mãe de coração matriarca do meu tempo ou como sempre te chamei apenas lé ( preciosa de nome preciosa de ser).

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