Visita das palavras do passado

Sexta feira, 21 de março..feriado outrora um dia de familia e de filmes a ver...Hoje um dia de conversas soltas e historias não acompanhadas a ouvir...

Aconteceu tanto nestes ultimos tempos sem eu saber...Acho que ando desligado demais, ocupado demais, ou a submeterme a um teste qualquer inventado por o grande arquitecto que de mim sou... What Ever...

Entre as enumeras conversas risos e negas às amendoas que o menino teve doidoi e agora não arrisca...Entregam-me um caderno meu que à muito ficou fechado numa casa que um dia teve vida e que sem dona hoje pertence ao espolio de ferias de natal e pascoa que vivemos...

Parece que o meu caderno de matematica do 10º ano ficou algures perdido na casa da Vô não admira que tenha chumbado penso agora que o folheio...Este caderno tem o traçar do meu proprio método de estudo, após cada aula lá esta as chamadas de atenção e os resumos de mim para mim...a anotação de outros livros que não os que me escolhiam...
e encontram-se também as dispersões páginas de bonecos e de versos...e na capa oh senhores na capa este poema...

"
Persegue um sonho, mas não o deixes viver sozinho!
Deixa-te levar pelas vontades, mas não enlouqueças por elas!
Acelera os teus pensamentos, mas não permitas que eles te consumam!
Procura os teus caminhos, mas não magoes ninguém nessa procura.
Arrepende-te, volta atrás, pede perdão!
Não te acostumes com o que não te faz feliz,
Revolta-te quando julgares necessário.
Alaga o teu coração de esperanças, mas não deixes que ele se afogue nelas.
Se achares que precisas voltar, volta!

Se perceberes que precisas seguir, segue!
Se estiver tudo errado, começa de novo.
Se estiver tudo certo, continua.
Se sentires saudades, mata-as.
Se perderes um amor, não te percas!
Se o achares, segura-o!

Fernando Pessoa "

Não sei se o percebia quando o escrevi naquele caderno, mas sim mais de que no caderno parece que deixei estes versos cravados numa pedra que sente dentro de mim...
Quase esquecia a letra e os numeros daqueles tempos era tão má como a de hoje, ha coisas que não mudam...Talvez lá para os 99 anos adquira o caderno de 25 linhas que a professora Clementina na Primaria encomendou...