sábado, 21 de fevereiro de 2009

Hoje um homem chorou

Os últimos dias, não têm sido fáceis, não porque tenham corrido mal ou até mesmo apresentado provas difíceis de concretizar. Os últimos dias pensando bem podem não ter sido estes dias em que suou o alarme provavelmente a estoria começou antes.
É uma insegurança…uma dúvida onde outrora havia certeza…Uma impotência onde outrora não havia limite. Hoje o dia acordou com sol, resolvi já que estou assim passa-lo com alguma solidão comecei pela corrida à beira mar…o mar rugia perante a minha sombra tive pouco tempo à beira mar a maresia deixou me na duvida do que fazia ali, voltava para casa apôs uma hora de caminho parecia um merdas que não sabia o que queria nem onde estar.
De volta ao meu gueto, ao sair do autocarro não rumo a casa…resolvo tomar uma atitude, se é correr que eu ia é correr que eu vou! Dirigi-me então para a mata e resolvi ir correr por lá nesse lugar que tanto gosto…Foi aqui que sonhei correr com o cão que nunca cheguei a ter…passear com a mulher que nunca me chegou a amar…mostrar as arvores à criança que viesse a ter…Uma mata feita de pinheiros imponente, eucaliptos verdes de sulcos de seiva…
O primeiro choque dá-se à chegada, o chão da minha mata era coroado por pequenas hortas hoje destruídas…lugares onde gente foi feliz por ter um palmo de terra onde semear a poesia da vida…tudo derrubado e gentes que ainda apanham os restos…vejo bulldozers e arvores no chão…sinto-me assustado não fosse tudo o que já tenho visto e vivido e perdido nestes dias como a confiança em mim…Será que tenho de assistir ao fim do meu mundo… mas se viera para correr é isso que farei, mergulho no coração da mata correndo e vejo que as obras acabam só aos pés deste santuário a zona protegida parece ainda existir…A cada monte e vale relembro memorias passadas por aqui, ouço os pássaros escuto ao longe o clamor dos homens…continuo a correr rujo de cansaço mas não paro de correr… passo pelas zonas das noites de viola com fogueira vejo ao longe do topo da mata a escola onde cresci; continuo a correr vou sem rumo…
Até que perante mim vejo uma arvore, perto do seu topo uma casa conhecida…uma casinha de arvore…sorriu e penso que não pode ser… olho de novo aproximo me mais…deixo minhas mãos tocarem os nomes ainda escritos neste lugar. Na carcaça da arvore…olho para o topo…
O telhado caiu uma das paredes esta torta mas a casa subsiste no mesmo lugar que há 15 anos atrás…os degraus até a essa casa já não existem todos…fantástico 15 anos depois ainda existe.

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