Pegadas de hoje

Hoje pela tarde o coração pediu que trocasse passos com a solidão. As vezes é bom procurar nosso lugar sentir nosso cheiro, ver onde começa e termina nosso mundo e nosso leito :).

Do momento nicola corro para o autocarro, deste presigo os carris do comboio e daqui encontro o brilho de outro autocarro...e tiro as botas, guardo nelas as meias e volto a sentir meus pés e a areia :)...trago comigo meu bilhete picado, minha caneta meus olhos para devorar o mar que morre na minha frente.

Tinha saudades de tar aqui irmão mar, de te sentir sobre as mãos mestre areia que me ensinaste a amar...E entre o frio e a beleza do que vejo não consigo partir...Fico ouvindo a musica trinada por o vento em cada onda...E acabo por ceder ao meu sentimento e ver o cruzar da lua e do sol...
Tenho um sorriso parvo na cara só porque já não lembrava como os astros são belos e nos dedos palavras para levar até casa...E foi assim a tarde, e de lá trouxe no meu bloco vazio as palavras que vos deixo, e onde me encontro e me escondo:

Noite fiel, serena ajoelhada ao pés do luar;
Tua eterna senhora e luz, sombra de seu amante...
Perdoe-me conselheira, se lhe peço hoje que se levante;
Mas quero que me busques aquela estrela aquele mar...

Que iluminou caravelas espiritos de outros ancestrais.
Busca-me aquela estrela, ou faz me como a ela;
E envia-me para iluminar os cabelos e os caís...
Por onde se acaricia com fogo a luz de uma vela.

Minha senhora, que triunfas a cada noite;
Renegando à luz mas tranzendo o brilho à treva;
Lua como te chamam, sê só por hoje minha serva

Leva até aquela estrela o que minha palavra não sabe levar...
Leva até aquela estrela o toque que minha mão não pode dar;
E deixa que seja bela como tu que em cada onda, a minha boca em sorriso se desfaz.