sábado, 21 de fevereiro de 2009

Hoje um homem chorou II

Esta casa foi construída à 15 anos atrás por três adolescentes arcanjo, elson e jair e com a ajuda do falecido grande peter irmão mais velho do Jair…Era a primeira da nossa urbanização lol…Na altura acreditávamos que um dia cada um de nós teria a sua; esta era o protótipo e seria a minha…
É incrível para mim que ainda exista um pouco mais caída mas ainda exista…terá tido outros habitantes? Ou habitantes reais já que só a habitávamos para conversar e ter um espaço nosso… Será que outros adolescentes cantaram ali? Será que outros rádios que não o tijolo do Elson ali tocou…
Decidi ver de perto subi (rasgando o fato de treino)…A madeira range será que vou cair…gatinhando e tremendo por dentro, revejo o local lembro de mim e do que tem sido a minha vida…encontro a resposta a minha pergunta de porque me tenho sentido assim…Ao erguer a cabeça vejo o cume da arvore e o céu…vejo que no canto os livros que outrora eram livros pouco mais são que uma capa rota pelo tempo…riu me a pensar que algures ainda devem estar os meus apontamentos de escola…os recados da professora para o pai do jair…Mas vejo meus olhos a procurarem algo mais enquanto gatinho com medo sobre as tábuas que rangem pelo passar do tempo…incrível no lugar de sempre ainda está escrito ainda existe, quase que desaparecido pelo tempo no chão daquele sonho de adolescente jaz um poema assinado por mim…Então leio e choro…Há anos que não chorava mal me lembro de o fazer…Duas lágrimas humedecem as letras gastas pelo tempo, e percebo o porque de andar assim…Achei que devia respeitar os meus princípios, e que deveria abrir mão e partir…deixar ser a própria vida a escrever-se submeter a minha vontade ao exílio para não ferir…Eu sei o que é destruir eu sei que sei destruir e ao não querer faze-lo tenho me deixado morrer…abraço me a mim mesmo…e a lágrima que caiu beija me os lábios…desço com o apontamento do que escrevera outrora…o coração cheio de luta por lutar amor por amar…o peito de novo erguido ao sol e caiu da arvore abaixo a meio da descida…esta doeu…levanto me sacudo minhas penas deixo cair a penugem feia que me tem acompanhado nego ao nevoeiro que me tem ofuscado…deixo que o sol beije minha armadura e reluza aconchego a espada do meu ser e corro para fora do lugar onde jaz a minha historia e as minhas duvidas tomam hoje forma real.

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